13 junho, 2007

O Samba mudou?


O que você escuta? Samba ou pagode? Muita gente diz que gosta de pagode, um estilo novo, nascido nos anos 90, outros gostam mesmo é de samba. Mas qual a diferença? Na verdade, o pagode é a festa onde se toca o samba. Na década de 90, com o fenômeno do samba se espalhando pelo Brasil inteiro, as gravadoras resolveram “mudar” o nome do estilo musical para marcar o começo de uma “era”. Os grupos da década de 90 tocavam samba e se apoiavam muito em letras românticas. Após a criação do pagode como estilo musical foram criados dois tipos de admiradores: os sambistas e os pagodeiros. O sambista é o cara que gosta de um bom e velho samba, cantado pelo Fundo de Quintal, Cartola, Beth Carvalho e todo pessoal da velha escola do samba. Já o pagodeiro, gosta de grupos mais novos, que fazem um samba diferenciado.
Mas existe muita diferença entre o samba de antigamente e o de hoje? Segundo Mestre Juca, 45 anos, Mestre de Bateria da Escola de Samba Águia de Ouro, e que está no samba há mais de 25 anos, o samba mudou e continua bom, mas para ele nada como o bom e velho samba. “As letras dos sambas antigos são muito melhores, contam o dia a dia do sambista, ou contam alguma outra história, e na maioria das vezes são muito engraçadas. Já no samba de hoje, o pessoal se agarra demais no romantismo, nada contra músicas românticas, mas isso é moda e para vender mais Cds. E quanto à parte musical, o samba antigo tem mais batucada, se ouve muito os instrumentos de percussão. Hoje em dia se usa muita coisa, contra-baixo, teclado, é instrumento demais para fazer um samba. Já que a diferença do estilo musical está na batucada”. Completou o Mestre.
Para Paulo Vitor, 21 anos, integrante do Grupo Prestígio, o samba de hoje evolui musicalmente e está mais completo. “Com certeza o samba evoluiu, hoje tocamos com diversos instrumentos. Temos uma base muito maior e a sonoridade ficou muito boa. O samba combina com teclado, guitarra e qualquer outro instrumento. Isso é evolução, mas não podemos nunca perder a raiz e esquecer quem nos ensinou tudo”. Afirma o jovem sambista.
Samba de ontem ou samba de hoje? Não importa, samba é samba.

06 junho, 2007

Fogueira das Vaidades

Dinheiro, fama, sucesso nos meios de comunicação, reconhecimento do público e de colegas de trabalho. Todos esses elementos fazem parte da carreira de dois grandes jornalistas brasileiro. Um deles é Milton Neves, apresentador da Rádio Bandeirantes e Rede Record de televisão, o outro é Juca Kfouri, comentarista e apresentador dos canais ESPN e âncora de um programa na Rádio CBN São Paulo. Dois monstros da crônica esportiva brasileira, com características diferentes, idéias diferentes de como se fazer jornalismo e muitas divergências.
Milton é adepto da publicidade dentro do jornalismo, já Juca, não concorda com os “merchans” do companheiro. E ambos vivem discutindo via imprensa. Um escreve aqui, o outro responde acolá. Tenho minha opinião sobre publicidade dentro do jornalismo, mas ela não vem ao caso nesse momento. Quero discutir a briga infantil de dois grandes nomes de nosso jornalismo esportivo. No fundo, eu acho que eles se amam demais. Como dizem, o amor e o ódio caminham lado a lado.
Tive a oportunidade de assistir a palestra dos dois briguentos. A do Juca aconteceu em 2006 e a de Milton Neves em Maio de 2007. E por incrível que pareça, um falou mal do outro. Eram palestras para estudantes de jornalismos, possíveis fãs e admiradores. Eu sou um admirador deles. Aprecio o trabalho de ambos, e acho que os dois têm méritos, qualidades e defeitos. Como fã e principalmente estudante de jornalismo, fiquei completamente perplexo quando vi um atacando o outro durante uma palestra para alunos. Não sei como classificar tal atitude. Falta de respeito? Falta de ética? Falta de bom senso!? Sinceramente não sei. Será que eles não sabem aquele velho ditado: roupa suja se lava em casa? Se não sabem, deveriam aprender, pois o público de uma palestra, o leitor, o ouvinte e o telespectador merecem respeito. Ele quer informação, e não ver dois marmanjos, acima dos 40 anos, trocando farpas. Eles deveriam se espelhar em Armando Nogueira e Tostão, o craque das letras, dois ótimos cronistas, homens respeitosos e educados.
Cada um ao seu estilo. Juca com toda sua cultura e muito conhecimento e Milton, um grande comunicador, de jeito simples e fala fácil, alcançaram o sucesso e agora se metem em brigas infantis.
Por favor, senhores, respeitem a crônica esportiva tupiniquim!