O que você escuta? Samba ou pagode? Muita gente diz que gosta de pagode, um estilo novo, nascido nos anos 90, outros gostam mesmo é de samba. Mas qual a diferença? Na verdade, o pagode é a festa onde se toca o samba. Na década de 90, com o fenômeno do samba se espalhando pelo Brasil inteiro, as gravadoras resolveram “mudar” o nome do estilo musical para marcar o começo de uma “era”. Os grupos da década de 90 tocavam samba e se apoiavam muito em letras românticas. Após a criação do pagode como estilo musical foram criados dois tipos de admiradores: os sambistas e os pagodeiros. O sambista é o cara que gosta de um bom e velho samba, cantado pelo Fundo de Quintal, Cartola, Beth Carvalho e todo pessoal da velha escola do samba. Já o pagodeiro, gosta de grupos mais novos, que fazem um samba diferenciado.
Mas existe muita diferença entre o samba de antigamente e o de hoje? Segundo Mestre Juca, 45 anos, Mestre de Bateria da Escola de Samba Águia de Ouro, e que está no samba há mais de 25 anos, o samba mudou e continua bom, mas para ele nada como o bom e velho samba. “As letras dos sambas antigos são muito melhores, contam o dia a dia do sambista, ou contam alguma outra história, e na maioria das vezes são muito engraçadas. Já no samba de hoje, o pessoal se agarra demais no romantismo, nada contra músicas românticas, mas isso é moda e para vender mais Cds. E quanto à parte musical, o samba antigo tem mais batucada, se ouve muito os instrumentos de percussão. Hoje em dia se usa muita coisa, contra-baixo, teclado, é instrumento demais para fazer um samba. Já que a diferença do estilo musical está na batucada”. Completou o Mestre.
Para Paulo Vitor, 21 anos, integrante do Grupo Prestígio, o samba de hoje evolui musicalmente e está mais completo. “Com certeza o samba evoluiu, hoje tocamos com diversos instrumentos. Temos uma base muito maior e a sonoridade ficou muito boa. O samba combina com teclado, guitarra e qualquer outro instrumento. Isso é evolução, mas não podemos nunca perder a raiz e esquecer quem nos ensinou tudo”. Afirma o jovem sambista.
Samba de ontem ou samba de hoje? Não importa, samba é samba.
Samba de ontem ou samba de hoje? Não importa, samba é samba.